segunda-feira, 15 de abril de 2024

O Sinistro Dr. Fu-Manchu

 



Fu-Manchu, também conhecido como Dr. Fu Manchu é um personagem fictício, um gênio do crime chinês que foi vilão dos romances e contos do escritor britânico Sax Rohmer (pseudônimo de Arthur Henry Ward, 15 de fevereiro de 1883 - 1 de junho de 1959). Um clássico da Literatura Pulp, Fu Manchu personificou o gênero de mistério do chamado 'perigo amarelo', que expressava na época, os temores ocidentais pela expansão de poder e influência da cultura asiática, com uma incrível dose de racismo e xenofobia. 

Rohmer descreveu Fu Manchu em um dos livros: 'Imagine uma pessoa alta, magra e felina, de ombros altos, com uma testa como a de Shakespeare e um rosto como o de Satanás, ... um intelecto gigante, com todos os recursos da ciência do passado e do presente... Imagine aquele ser horrível, e você terá uma imagem mental do Dr. Fu-Manchu, o Perigo Amarelo encarnado em um homem.'

Iniciando uma tradição entre os gênios do crime, Fu-Manchu   desdenhava armas de fogo ou explosivos- formas muito fáceis e nada sofisticadas- preferindo 'pítons e cobras... fungos e meus pequenos aliados, os bacilos... minhas aranhas negras' e outros animais peculiares ou armas químicas naturais; além do uso de controle mental, tortura (incluindo equipamentos tecnológicos e sofisticados) e outras táticas horríveis para eliminar seus inimigos. 


Dr. Fu Manchu é descrito como um vilão misterioso porque raramente aparece em cena. Ele sempre envia seus inúmeros e obedientes asseclas para cometer crimes por ele - ladrões (assaltantes armados), assassinos profissionais, e membros de sociedades secretas (como as 'tongs') como seus agentes, geralmente armados com facas ou espadas. Fu-Manchu é o líder da sociedade secreta Si-Fan, de tentar dominar o mundo e restaurar a China à sua antiga glória. A Si-Fan é em grande parte financiada através de atividades criminosas, particularmente o comércio de drogas e o tráfico de seres humanos . O Dr. Fu Manchu é formado em diversas universidades ocidentais (filosofia, direito, medicina), e prolongou sua já considerável expectativa de vida através do uso de um misterioso elixir da vida, uma fórmula que ele passou décadas tentando aperfeiçoar.


 O principal inimigo do Dr. Fu Manchu é Sir Denis Nayland Smith- um ex- comissário de polícia na Birmânia, que foi nomeado cavaleiro por seus esforços para derrotar Fu Manchu, e trabalhou com a  Scotland Yard, e mais tarde, no MI6, e como agente especial do FBI . Smith continua na luta, combatendo Fu Manchu mais por sorte e determinação obstinada do que por brilho intelectual . Os dois compartilham um respeito relutante um pelo outro, pois cada um acredita que um homem deve manter sua palavra, mesmo para com um inimigo.


Fu- Manchu é essencialmente um dos primeiros 'supervilões' do mundo, e inspirou explicitamente outros gênios criminosos similares- como o 'Imperador Ming' do Planeta Mongo, da saga em quadrinhos de "Flash Gordon", criada por Alex Raymond em 1934; além de imitações literárias, como a série de revistas Pulp "The Mysterious Wu Fang" (1935-1936) de Robert J. Hogan.



Fu Manchu fez sua primeira aparição no conto 'The Zayat Kiss', em 1912. Por 45 anos, coleções de histórias e romances apareceram, incluindo 'The Mystery of Dr. Fu-Manchu' (1913; também publicado como 'The Insidious Dr. Fu-Manchu coletando 10 contos com o personagem), The Devil Doctor' (1916; também publicado como 'The Return of Dr. Fu-Manchu'), 'The Si-Fan Mysteries" (publicado nos EUA como 'The Hand of Fu-Manchu - e no Brasil em 1932 como 'A Mão de Fu-Manchu')...

O personagem também apareceu em filmes mudos e sonoros, desenhos animados, rádio, TV e histórias em quadrinhos.


Os romances com o vilão de Sax Rohmer eram tão inerentemente teatrais que era natural que seu personagem central, vívido e lascivamente imaginado, fosse logo reinterpretado para o cinema . O 'maligno oriental' fez sua estreia nas telas em 1923 em uma série de 15 episódios intitulada " The Mystery Of Dr. Fu Manchu" (UK 1923/1925) de A.E. Coleby



Sir Denis Nayland Smith (Fred Paul) e o Dr. Petrie (Humbertson Wright) enfrentam as artimanhas e armadilhas do arqui-vilão Fu Manchu (Harry Agar Lyons), que envolvem - um gatinho assassino com garras com pontas venenosas, cogumelos gigantes e nocivos, flores alucinógenas...e mais...


O desempenho do ator irlandês H. Lyons  foi descrito como 'extraordinariamente exagerado, mesmo para um vilão do cinema mudo'. Zombando, rindo, e franzindo os olhos com prazer excessivo, ele não parece nem remotamente chinês, e lembra mais um personagem de um espetáculo de pantomima do que um gênio sinistro do crime . 


A série também sofre de uma grave falta de 'extras' do Leste Asiático, com apenas três aparecendo em um episódio, com o resto dos seguidores de Fu Manchu sendo retratados por Ocidentais com maquiagem de 'cara amarela'- uma prática comum durante décadas, onde personagens 'exóticos' (indígenas, afro-americanos, orientais...) eram vividos por extras brancos, muitas vezes com maquiagens toscas...



      https://www.youtube.com/watch?v=GGa8Y1jBOyU


Hollywood começou a explorar o personagem Fu Manchu não muito depois do advento dos 'filmes falados'. A Paramount Pictures produziu uma trilogia de filmes começando com "The Mysterious Dr. Fu Manchu" (O Misterioso Dr. Fu Manchu, USA) de Rowland V. Lee, em 1929...

      
          https://www.youtube.com/watch?v=34fflKLxumg



... seguido por "The Return of Fu Manchu" (O Ressuscitado, USA 1930) de Rowland V. Lee, e em 1931, "The Daughter of the Dragon"/ "The Daughter of Fu Manchu" (A Filha do Dragão, USA 1931) de Lloyd Corrigan.



   https://www.youtube.com/watch?v=ZM6LgAFX7rA




       https://www.youtube.com/watch?v=rJ9wL_ChHts


 Os filmes usaram elementos dos romances de Sax Rohmer, mas transformaram o personagem de Fu Manchu em um  vingador angustiado depois que sua esposa e filho foram mortos por soldados britânicos durante a 'Rebelião dos Boxers' , com ênfase particular na retribuição dirigida à família Petrie, pois era um coronel Petrie quem comandava as tropas responsáveis ​​pela morte de sua família. 

Os filmes são monótonos, e bastante rotineiros, estrelando o 'especialista' em personagens orientais, o sueco Warner Oland (que seria o detetive chinês Charlie Chan, em uma longa série de filmes, e o Dr. Yagami em "The Werewolf of London" de 1935)  como Fu Manchu em uma performance muito 'suave'. Oland era muito rechonchudo e 'fofinho' e simplesmente não demonstrava a inteligência calculista e maligna do vilão.


O terceiro filme da 'trilogia' Oland / Fu Manchu é notável porque, após a morte precoce do vilão na tela, o principal antagonista do filme se torna sua filha, a Princesa Ling Moy (Anna May Wong), que herda a busca de vingança de seu pai. Embora, ela pareça lutar contra seus próprios sentimentos por um heroico Petrie ao longo do caminho, e tenha que enfrentar o detetive chinês Ah Kee (interpretado pelo ator japonês Sessue Hayakawa); então a série pelo menos termina com atores genuínos do Leste Asiático em papéis centrais.


Além dos longas metragens, a Paramount também apresentou Warner Oland como Fu-Manchu, em um segmento do bizarro musical/comédia "Paramount on Parade" (Paramount em Grande Gala, 1930), uma coletânea de 20 curtas/sketches com seu elenco de astros e estrelas. No episódio "Murder Will Out" (dirigido por Rowland V. Lee)...


...Fu-Manchu é combatido pelo detetive americano Philo Vance (William Powell), e pelo célebre Sherlock Holmes (Clive Brook), em uma paródia a suas próprias séries de filmes na produtora.

     https://www.youtube.com/watch?v=usAQ4rP60pc


"The Mask of Fu Manchu" (A Máscara de FuManchu, USA 1932) de Charles Brabin


Sir Lionel Barton (Lawrence Grat) lidera uma expedição britânica à Mongólia para encontrar o lendário túmulo de Genghis Khan, e  sua 'Máscara Mortuária Dourada' e cimitarra. Eles estão em uma corrida para encontrar os artefatos místicos antes do gênio criminoso chinês Fu Manchu (Boris Karloff), que quer as relíquias para se proclamar a reencarnação do lendário conquistador e inflamar os povos da Ásia e do Médio Oriente numa guerra para exterminar a 'raça branca'.


Eles conseguem localizar a tumba, mas Fu Manchu então captura os membros da expedição e junto sua própria filha, Fah Lo See (Myrna Loy), os submete a torturas perversas para fazê-los divulgar o paradeiro dos artefatos. Sir Denis Nayland Smith (Lewis Stone), do Serviço Secreto Britânico, tenta resgatá-los, mas também é capturado...


Produção da Metro-Goldwyn-Mayer, com Boris Karloff recém saído de seus papeis icônicos em "Frakenstein", e "The Old Dark House", novamente com uma pesada maquiagem, para viver o personagem agora em ritmo de policial noir, e terror. A produção foi bastante complicada, com um roteiro sendo escrito enquanto era filmado, morte de um dos produtores, e troca de diretor. Mas, tecnicamente é muito bem elaborado, com cenários impressionantes, fotografia expressionista, e um clima de melodrama pesado e violento. Também se destacam os equipamentos eletrônicos futuristas de Fu-Manchu- criação do gênio Kenneth Strickfaden, que criou aparatos elétricos para mais de 100 filmes do cinema e TV, começando com o incrível laboratório do cientista em "Frankenstein (1931).


"A Máscara de Fu Manchu" gira quase inteiramente em torno de suas sequências de tortura. Trata-se de uma série de situações verdadeiramente sádicas – uma vítima é amarrada de cabeça para baixo dentro de um enorme sino; outro é colocado numa cama precariamente suspensa sobre um poço de crocodilos...

...e existem dispositivos gigantes com almofadas pontiagudas, canhão de raios, e injeção de soro extraído de aranhas!


 'Sim, isso é apenas o começo! Vou acabar com toda a sua maldita raça branca!' Todos vocês teriam donzelas assim como esposas? Então conquistem e procriem! Matem o homem branco e tomem suas mulheres!' (Fu Manchu, 1932)


Boris Karloff brinca ao máximo com um sorriso malicioso que parece ter prazeres obscenos nas torturas que inflige às suas vítimas, enquanto as cenas que envolvem a 'sua filha' Myrna Loy, sugerem uma ninfomania sádica...


Por conta de diversas críticas negativas na época (e alguns protestos, inclusive do Governo Chinês), a MGM acreditou que teria outro fracasso, como foi o caso do maravilhoso, mas polêmico "Freaks" (Monstros, 1932) de Tod Browning. Mas, o Fu Manchu de Karloff fez sucesso, e hoje em dia é cultuado...

                   https://ok.ru/video/2314009971380


"Drums of Fu Manchu" (Os Tambores de Fu Manchu, USA 1940) de Wiliam Witney & John English


O nefasto Dr. Fu Manchu (Henry Brandon) procura as chaves da tumba de Genghis Khan, e seu cetro, a fim de cumprir uma profecia que lhe permitirá unir o povo da Ásia, e assim conquistar o mundo. 



O americano Allan Parker (Robert Kellard) se alia aos tradicionais inimigos  britânicos de Fu Manchu, Sir Denis Nayland Smith (William Royle) e seu associado, Dr. Flinders Petrie (Olaf Hyten), depois que seu pai é sequestrado e morto pelos asseclas do gênio malvado.

Seriado da Republic Pictures em 15 capítulos. Embora use o título do nono romance de Sax Rohmer, na verdade é baseado em vários elementos de toda a série , e com a ação transferida para a Califórnia. O seriado tinha hilariantes créditos de abertura apresentando os personagens regulares saindo de uma urna em chamas, as figuras de rosto amarelo malicioso de Henry Brandon como Fu Manchu e Gloria Franklyn como sua filha Fah Lo Suee, em marcante contraste com os sorrisos geniais e simpáticos dos heróis ocidentais.



Henry Brandon ( Heinrich von Kleinbach, nascido na Alemanha em 1912, e que interpretou personagens indianos, árabes, persas, aborígenes americanos e do Leste Asiático), retrata Fu Manchu careca com maquiagem pesada, incluindo sobrancelhas grossas e arqueadas, com a produção iluminando-o deliberadamente com o máximo de sombras sinistras possíveis. Também bastante sinistro era o seu assistente chamado Loki (John Merton), careca com veias/cicatrizes na testa, e longas presas como dentes, lembrando uma figura vampiresca 'oriental'.



Um seriado bem elaborado da Republic (e considerado um de seus melhores), prestigiando mais os elementos de mistério e suspense do que a ação.
 Foi retirado dos cinemas a pedido expresso do Departamento de Estado em 1941, após a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, devido à preocupação de estar incitando o sentimento anti-chinês no público americano, o que conflitava com os interesses da população sino-americana, e a relação internacional com a China como potência aliada na guerra contra o Japão.  E 1943, a Republic lançou uma versão condensada em um longa metragem de pouco mais de uma hora, com uma mudança no final-  Fu Manchu morre no final, em um acidente de carro, ao contrário do seriado, onde ele escapava, para continuar seus planos diabólicos.



https://www.youtube.com/playlist?list=PLi5s3-YiYzffNtKp0enduNMFZulIky-0n


"El Otro Fú-Man-Chú" (ESP 1946) de Ramón Barreiro

Fu Manchu (Manuel Requena) rouba um concha mágica da loja de um comerciante oriental de chá. Um culto misterioso também está atrás da concha.



Comédia, em uma curiosa produção espanhola, que exceto a ambientação oriental e o nome - do aqui gorducho - 'Fú-Man-Chú' (em vez de Fu-Manchu), aparentemente tem pouco que ver com a personagem criada por Sax Rohmer; sendo  considerado hoje, um filme 'perdido'...

Muito mais ''misteriosa' foi a trajetória de "The Adventures of Fu-Manchu: The Zayat Kiss" (USA 1952) de William Cameron Menzies, o piloto de uma pretensa série da NBC- TV com o personagem. John Carradine foi Fu-Manchu, Sir Cedric Hardwicke , o 'Dr.' Dennis Nayland, e John Newland, seu colega Dr. Petrie, em uma adaptação da primeira história com o vilão. 



O diretor Cameron Menzies trabalhou em diversos gêneros, e foi responsável por dois clássicos de Sci-fi : "Things To Come" (Daqui a Cem Anos, 1936), e "Os Invasores de Marte" (1953). John Carradine e Cedric Hardwicke trabalharam em diversos filmes de terror clássico da Universal os anos 1930/40. Por razões desconhecidas, o filme nunca foi exibido e permaneceu uma lenda por décadas.

Em agosto de 2019, durante a convenção/festival PulpFest 2019, no Hilton Hotel de Pittsburg (USA), o escritor William Patrick Maynard ( que oficialmente continuou as histórias de Fu Manchu de Rohmer em uma nova série de livros) apresentou pela primeira vez e em três sessões concorridas, o piloto, depois de 67 anos. Dizem que a adaptação é bastante fiel ao livro, e que John Carradine fez uma ótima performance. Por razões de controle de direitos autorais, nenhuma cópia pode ser feita, distribuída ou vendida nessas exposições públicas gratuitas abertas , e o filme continua indisponível em qualquer mídia.


A próxima encarnação de Fu Manchu nas tela apareceu em uma série de TV - "The Adventures of Dr. Fu Manchu" (USA 1953) de Franklin Adreon &  William Witney...


Novamente, ambientado na América, cada episódio começava com um tabuleiro de xadrez - com Nayland Smith (Lester Matthews) e Fu Manchu (Glen Gordon) jogando, enquanto uma narração condenatória entoava  'Diz-se que o Diabo joga pelas almas dos homens . Fu Manchu, o próprio Satanás, o mal encarnado', e conclui no final com o sinistro médico derrubando uma peça de xadrez preta enquanto seus planos malignos são frustrados mais uma vez...


O gênio do mal  prometeu provocar a queda da civilização ocidental para vingar erros desconhecidos do passado. Somente  Nayland-Smith (aqui da Scotland Yard) é capaz de frustrar seus planos malignos, que vão desde assassinato com ataques de germes até desencadear uma guerra total, aliando-se a Adolf Hitler (!?), que estaria vivo e com seu rosto alterado com cirurgia plástica! Ele é auxiliado por Kolb (John George), um  sinistro anão mudo, e pela escrava Karamaneh 

(a atriz / modelo luso-havaiana Laurette Luez, baseada em uma personagem do próprio Rohmer), que parece ter a única função dramática de ficar atrás de Fu Manchu quando ele está sentado em seu trono e massagear suavemente sua careca...

Produção de TV da Studio City Television Productions/ Republic Pictures, da qual apenas 13 dos 78 episódios planejados foram feitos devido à prolongada batalha judicial com Sax Rohmer pelos direitos autorais. Fu Manchu foi vivido pelo ator de TV Glen Gordon, com uma tendência a semicerrar os olhos ao sorrir maliciosamente, enquanto tentava uma mistura caricatural de sotaque sino-japonês, o que só conseguia fazê-lo parecer um péssimo ator... 


        https://www.youtube.com/watch?v=8eNJNmHNMis


Após o relançamento bem-sucedido dos romances de Fu Manchu nos anos 60, o produtor britânico Harry Alan Towers decidiu fazer uma série de filmes baseados no personagem Fu Manchu, com histórias originais, não adaptadas dos livros. Foi assim que cinco filmes de Fu Manchu apareceram entre 1965 e 1969, com uma tentativa interessante de abranger tanto o ciclo de Terror Britânico criado pela Hammer Films, quanto sucesso dos filmes de James Bond. Todos os cinco  foram estrelados por Christopher Lee como o gênio malvado, e a atriz chinesa Tsai Chin como sua filha, aqui chamada de Lin Tang.


"The Face of Fu Manchu" (A Face de Fu Manchu, UK/AL 1965) de Don Sharp


Na China governada pelos britânicos na virada do século 20, Sir Dennis Nayland Smith (Nigel Green) comanda a captura e execução do gênio criminoso Fu Manchu (Christopher Lee).


 Vários anos depois, Sir Dennis é comissário assistente da Scotland Yard, e investiga o sequestro do bioquímico Professor Ernst Muller (Walter Rilla). Ele detecta a mão do leal exército de assassinos de Fu Manchu, e descobre que Fu Manchu está realmente vivo e bem - apesar de ter sido decapitado por um carrasco!!. 


Fu Manchu raptou e hipnotizou Muller para fazê-lo destilar a mortal papoula tibetana 'Black Hill', que ele planeja lançar no Tâmisa (onde ele tem uma base secreta sob o rio), a menos que a Grã-Bretanha ceda às suas exigências.


Christopher Lee tem um desempenho forte como Fu Manchu,  e contrastando com o louco-sádico de Karloff, interpreta o personagem de forma fria, calculista e impassível, fazendo-o mais ameaçador ainda. Ele também não força nenhum sotaque 'oriental', e ainda arrisca umas ordens em Cantonês, auxiliado por sua colega 'filha' Tsai Ching.



Don Sharp (que havia dirigido o ótimo "O Beijo do Vampiro" da Hammer em 1962) consegue outro trunfo na escalação de Nigel Green como Sir Dennis, que interpreta com uma determinação digna, corajosa, e dinâmica, com um senso de reprovação moral, e que parece tentar recriar um pouco da dinâmica Drácula / Van Helsing entre os dois personagens. 


O papel foi reformulado nos dois filmes seguintes com Douglas Wilmer que tinha uma impassibilidade, totalmente desprovida da presença que Green traz aqui. 
Um ótimo começo, e o melhor filme da série, e com uma atualização importante (e oportuna) para o personagem: o 'perigo amarelo', é levemente citado no início, mas, Fu Manchu agora é mostrado como um super-vilão internacional, afastando as conotações racistas e xenofóbicas...




"The Brides of Fu Manchu" (As 13 Noivas de Fu Manchu, UK/AL 1966) de Don Sharp



 Sir Nayland Smith (Douglas Wilmer) precisa deter Fu Manchu, que sequestrou as filhas de vários industriais proeminentes para forçá-los a construir uma arma que possa transmitir energia através de ondas de rádio. 



Seu plano maligno é enviar energia explosiva por meio de ondas sonoras para pequenos receptores colocados em várias cidades ao redor do mundo.



'- Em alguns momentos, o mundo inteiro irá capitular diante de mim. Este é o destino de Fu Manchu ! '


"As 13 Noivas de Fu Manchu" é o segundo dos cinco filmes da série produzida por Harry Alan Towers e estrelada por Christopher Lee. O filme é definitivamente um dos mais divertido de todos os filmes de Fu Manchu, unindo de forma precisa o chamado 'Euro-Crime' com elementos de Terror e Sci-Fi. Os valores de produção são excelentes e o filme é bem dirigido e atuado, ficando apenas um pouco abaixo do filme inicial. Todas as atrizes são lindas, especialmente Tsai Chin, a filha malvada de Fu Manchu....



.... mas o título e frases de divulgação são puro 'exploitation' (especialidade do produtor Towers) - não existem 'noivas' nem harém...




    https://www.youtube.com/watch?v=HuPEmBarCAk


 "The Vengeance of Fu Manchu" (A Filha Diabólica de Fu Manchu, UK/AL1967) de Jeremy Summers


Tendo enganado a morte novamente, Fu Manchu (Christopher Lee) regressa à seu castelo ancestral na China,  e faz com que seus asseclas sequestrassem o cirurgião Dr. Lieberson (Wolfgang Kieling) e sua filha Maria. (Suzana Roquette). Ele então tortura Maria para forçar Lieberson a transformar um escravo seu em uma cópia exata de Nayland Smith...


...para substituir o verdadeiro com o objetivo de fazê-lo cometer assassinatos e ser publicamente desonrado e executado pelos crimes. Enquanto isso, o verdadeiro Smith é transportado para o castelo, onde o vilão lhe oferece a escolha de ingressar em sua organização como servo ou morrer assim que seu sósia for executado.



Tudo faz parte do plano de Fu Manchu para perturbar o mundo, substituindo os comissários de polícia de outros países por sósias, e se tornar o líder de todas as organizações criminosas do mundo, incluído a Máfia!


A terceira aventura da série, balança entre a ação rotineira do euro-spy e diversos absurdos (alguns muito divertidos!) do confuso roteiro - do próprio produtor Alan Towers (assinando como Peter Welbeck). A produção em grande parte financiada pela Alemanha Ocidental, tem a maioria do elenco alemão, e uma economia nos efeitos e cenários (incluindo a reutilização da antiga prisão irlandesa de Kilmarnock, como cenário do castelo de Fu-Manchu, como no primeiro filme). 

Henry Alan Towers também sobrecarregou as telas da época com outros produtos derivados da obra de Sax Rohmer, tentando aproveitar ao máximo o sucesso da série. "Vengeance of Fu Manchu" foi lançado em programa duplo como "The Million Eyes of Su-Muru" (O Milhão de Olhos de Su-Muru, UK 1967) de Lindsay Shonteff, com a sensual super-vilã oriental vivida por Shirley Eaton (também criada por Rohmer), iniciando uma nova série. Também do mesmo ano é "Five Golden Dragons" (UK/AL 1967) de Jeremy Summers, adaptando livremente contos de Edgar Wallace, com a ação se passando em Hong Kong (filmado nos estúdios de filmes de kung fu de Run Run Shaw), com uma sociedade secreta criminosa oriental...e com Christopher Lee, como um dos 'Dragões'...



Um detalhe 'exótico' e inexplicável é o título brasileiro de "Vengeance", que destaca Lin Tang (Tsai Chin), a filha de Fu-Manchu, sendo que sua participação no enredo não é maior do que os filmes anteriores..


https://archive.org/details/The.Vengeance.of.Fu.Manchu.1967.DVDRip


"The Blood of Fu Manchu"/"Fu Manchú y el Beso de la Muerte"/ "Der Todeskuss des Dr.Fu-Manchu" (Fu-Manchu e o Beijo da Morte, ESP/UK/AL 1968) de Jesús Franco



Fu Manchu (Christopher Lee) estabelece suas operações criminosas na república sul-americana de Santo Cristobel. 



Lá ele infecta dez mulheres com veneno de cobra, o que torna seu beijo fatal para qualquer um cujos lábios encontrem os seus. Fu Manchu então imediatamente envia uma das mulheres (Loni Von Friedl) atrás de seu antigo inimigo Nayland Smith (Richard Greene).



 Depois de ser beijado por ela, Nayland Smith fica cego.  O Dr Petrie (Howard Marion Crawford) percebe que eles têm até a lua cheia antes da morte de Nayland Smith e então eles vão para Santo Christobel para encontrar um antídoto. Uma vez lá, eles são pegos entre a perseguição dos asseclas de Fu Manchu e escaramuças de bandidos nativos, liderados por Sancho Lopez (Ricardo Palacios).


Continuando a série, com mais economia (e 'ousadia'), Alan Towers se associou ao lendário diretor espanhol Jesús Franco, que ajudou no roteiro, e filmou (de forma barata e rápida) em Madrid, e no Brasil (!). Uma das influências brasileiras é a roupa do bandido 'estilo Pancho Villa'  barulhento Sancho Lopez, que aparece vestido como um... cangaceiro!!


...e a brasileira Isaura de Oliveira, que aparece como a 'nativa' Yuma, e faz uma longa cena de dança erótica. 



Com 'Tio Jess' assumindo o filme, existem muitas cenas de S&M, e nudez; além de toques estilísticos como ângulos de câmara estranhos e muitas tomadas de zoom ( todas marcas do diretor, que imprimia seus filmes exploitation com muito experimentalismo).




Diversos elementos fazem desse filme (também conhecido como "Kiss and Kill" e "Against All Odds", em seus lançamentos nos EUA) um dos mais desprezados da série...



... Nayland Smith é relegado ao segundo plano, quase não aparecendo, e existe um destaque para as atividades do bando de Sancho Lopez, que o aproxima aos filmes de 'western-chicanos' !  Existem diversas versões editadas do filme, lançadas ao redor do mundo, com vários cortes nas cenas de sexo & violência, sendo a versão alemã, a mais completa. Trash e loucamente divertido.



                    https://ok.ru/video/1695160863288



"El Castillo de Fu-Manchu"/ "Di Folterkammer des Dr. Fu Man Chu"/ Castle of Fu Manchu" (O Castelo de Fu-Manchu, 1968) de Jesús Franco



Fu Manchu (Christopher Lee) te um novo plano maligno- aperfeiçoar um processo químico que transformará grandes áreas do mar em gelo. Percebendo o que Fu Manchu está fazendo, Sir Dennis Nayland Smith (Richard Geene) tem certeza de que tentará estabelecer operações em Istambul, na Turquia, devido ao fácil acesso ao estreito do Bósforo (que marca os limites dos continentes asiático e europeu), e aos estoques locais de ópio. 




Assim como ele prevê, Fu Manchu captura o Castelo da Anatólia em um ataque e estabelece suas operações lá. Fu Manchu raptou o Professor A.G. Heracles (Gustavo Re), de quem ele precisa para completar a máquina de congelamento. No entanto, o cientista tem problemas cardíacos e Fu Manchu é forçado a sequestrar também o Dr. Curt Kessler (Gunther Stoll) e fazê-lo realizar um transplante de coração de um doador vivo perfeitamente saudável.




Quinto e último filme da serie de Alan Towers, com Chris Lee, e segundo dirigido por Franco. Com menos elementos de sexo e sadismo, e uma trama de sci-fi bem ao estilo dos filmes de James Bond, mas com um orçamento ainda menor que o anterior. Filmado na Turquia, Franco aproveita bem os cenários locais, e o lado exótico da cultura turca. 



Mas, as cenas de efeitos especiais foram retiradas de outros filmes. A cena de abertura, por exemplo, mostra um navio que afunda no mar quando Fu Manchu congela áreas do oceano. Isso é representado por imagens (em P&B) tiradas do filme sobre o Titanic "A Night to Remember" (1958) de Roy Ward Baker. Além disso, algumas tomadas de Christopher Lee como Fu-Manchu foram reaproveitadas dos outros filmes da série...


Além de ser o filme mais distante da obra original de Sax Rohmer, "O Castelo de Fu Manchu" é lento e um pouco monótono. Salva-se a atuação sempre forte, fria e autoritária de Chris Lee, algumas belas atrizes da trupe de Franco (Maria Pershy, Rosalba Neri), e algumas de suas loucas experimentações estilísticas...





https://rarelust.com/sax-rohmers-the-castle-of-fu-manchu-1969/




 *** 'Jess' Franco também dirigiu o segundo filme baseado na supervilã Sumuru, dos livros de Sax Rohmer- "La Ciudad Sin Hombres"/"Die Sieben Männer der Su-Muru"/ "The Girl from Rio"/ " (A Garota do Rio, 1969), com Shirley Eaton...


 ..filmado em Barcelona (Espanha), na Cidade do Rio de Janeiro (incluindo diversas tomadas do Carnaval de rua!), e outras locações no Brasil.

Jesús Franco voltaria tardiamente ao tema com o policial-suspense-erótico "Esclavas del Crimen" (SP 1986)

Esta obscuridade é uma aventura erótica delirantemente filmada que atualiza os contos Fu Manchu de Sax Rohmer (que recebe crédito na tela, como "S. Rohmer"). A esposa e musa de Franco, Lina Romay aparece como Sai Sen, a filha de Fu Manchu, uma impiedosa rainha do crime, com um exército feminino, e uma operação de sequestro, tortura e extorsão de homens ricos. Lançado somente em vídeo na Espanha.

         https://www.dailymotion.com/video/x5n5aie



*** Em meio à mania das artes marciais nos Estados Unidos na década de 1970, Steve Englehart e Jim Starlin criaram (para a Marvel Comics) em 1973, o personagem de quadrinhos Shang-Chi, que depois recebeu o título mais conhecido de "The Hands of Shang-Chi: Master of Kung Fu" (O Mestre do Kung Fu)...


A série começou apresentando Shang-Chi como um jovem criado por seu pai, o Dr. Fu Manchu, para ser o assassino definitivo, e aspirante a conquistador do mundo.



 Em sua primeira missão, Shang-Chi mata um dos antigos inimigos de seu pai, Dr. Petrie, e então descobre a verdadeira natureza maligna de seus planos. Shang-Chi jura oposição eterna às ambições de Fu-Manchu, e luta contra ele como agente da inteligência britânica, sob as ordens de Sir Denis Nayland Smith.


A revista foi um sucesso de vendas instantâneo,  no entanto, Englehart e Starlin deixariam a série após a edição de "Master of Kung Fu #17".  Englehart saiu devido a disputas com o então editor da Marvel, Roy Thomas , enquanto Jim Starlin, que não conhecia Fu Manchu (até trabalhar na segunda edição da série), saiu por vergonha da natureza racista dos romances de  Sax Rohmer. Assumiu então o roteirista Dough Moench, que trabalhou na série durante oito anos, em sua fase mais aclamada pela crítica e leitores. Depois que os direitos de licenciamento da Marvel para a obra de Sax Rohmer expirou, em 1983, "Master of Kung Fu" foi cancelado .  Nos anos que se seguiram, Shang-Chi apareceu em diversos quadrinhos como personagem convidado;  com uma importante mudança: Fu Manchu passou a ser referido apenas como 'o pai de Shang-Chi', e mais tarde criada uma nova identidade para o personagem, que seria Zheng Zu ,um antigo feiticeiro chinês. Depois dos livros, e dos filmes do cinema e TV, a série original da Marvel foi a mais importante e duradoura encarnação do super vilão...




"The Fiendish Plot of Dr. Fu Manchu" (O Diabólico Dr. Fu Manchu, USA/UK, 1980) de Piers Haggard e Petter Sellers



Em seu aniversário de 168 anos, Fu Manchu (Peter Sellers) está prestes a tomar outra dose do 'Elixir Vitae' que prolonga sua longevidade quando um infeliz lacaio o derrama. Para fazer outra dose, ele precisa obter um grande suprimento de diamantes.


 Fu envia seus asseclas para reunir ingredientes para um novo lote de elixir, começando com o diamante Estrela de Leningrado, roubado de uma exposição soviética em Washington. O F.B.I. envia os agentes Joe Capone (Sid Caesar) e Pete Williams (Steve Franken) à Inglaterra para consultar com Sir Dennis Nayland Smith (Peter Sellers), o aposentado arqui-inimigo de Fu-Manchu. No entanto, Sir Dennis nunca mais foi o mesmo depois de ser torturado pelos chineses, está um pouco maluco, e formou uma ligação emocional pouco natural com seu cortador de grama.



Surge a suspeita que Fu-Manchu sequestrará o Rei George V (Rene Aranda) e a Rainha Mary (Grace Coyle) e exigirá o valioso diamante George V como resgate. A Scotland Yard recruta a policial Constable Alice Rage ( Helen Mirren) para substituir a Rainha. Fu sequestra a falsa Rainha, que acaba se apaixonando por ele, e o ajuda em sua busca pelas joias da Coroa Britânica.


Comédia, sátira ao gênero, no último filme do grande comediante Petter Sellers, antes de morrer no mesmo ano. Desprezado pelos fãs de Sellers, a comédia tem sim, muitos momentos bobos, mas é inegavelmente divertida e movimentada.

Peter Sellers (que demitiu o diretor no meios das filmagens e assumiu o filme) satisfaz sua propensão por vários personagens interpretando Sir Dennis com uma pegada divertida de Peter Cushing, enquanto seu Fu Manchu é uma amálgama de todos os Fu Manchu anteriores. O filme abre com um solo clichê de órgão gótico, que se transforma em uma versão de 'Happy Birthday'...

... e no final,  Peter Sellers fazendo uma bizarra imitação de 'Elvis Oriental', cantando um número chamado 'Rock Me Fu', que é um pouco constrangedor – mas o filme tem seus bons momentos.


https://archive.org/details/vhs-tape-the-fiendsh-plot-of-dr.-fu-manchu-1980


O grande astro do terror espanhol Jacinto Molina (conhecido internacionalmente como Paul Naschy), realizou em 1987 "El Aullido del Diablo" (Howl of the Devil, SP 1987)....



...um filme autorreferencial sobre um ator de terror aposentado, Héctor Doriani (Paul Naschy), que mora na mansão de seu falecido irmão Álex, na companhia de seu sobrinho Adrián ( Sergio Molina) e do mordomo Eric (Howard Vernon). Héctor vive obcecado por mulheres,  a quem submete a delirantes jogos sado-eróticos-assassinos, fazendo-as atuar em cenas improvisadas nas quais ele próprio protagoniza, encarnando os mais cruéis personagens, como Rasputin, Barba Azul, e Fu-Manchu...



Em 1990, ele atuou no curta metragem "La Hija de Fu-Manchú '72" (ESP 1990) de Santiago Aguilar, Raúl Barbé, e Luis Guindi...



O temido Dr. Fu Manchu (Paul Naschy) aparentemente é detido para sempre pelo nobre herói da Scotland Yard, Sir Nayland Smith (Camilo Barbé), que incendeia seu castelo...



 18 anos depois, a sua filha (Leonor Ramos) regressa para causar problemas aos seus antigos inimigos...


Ela comanda crimes e torturas, até que seu pai aparentemente reaparece para salvá-la de Nayland...


Curta metragem produzido por Miguel Vidal Comas, para a TV espanhola, e dirigido pelo trio que se autodenomina 'La Escuadrilla Amarilla'.  O filme é uma paródia afetuosa dos filmes de Fu Manchu, embora Paul Naschy desempenhe o papel  seriamente, sem satirizar, e o filme apresente uma cena de tortura bastante sangrenta e sem humor.


No filme "Grindhouse" (2007) de Quentin Tarantino e Robert Rodrigues, Nicolas Cage faz uma aparição cômica como um alucinado Dr. Fu Manchu...




... durante o trailer do filme falso "Werewolf Women of the SS", dirigido por Rob Zombie.


        https://www.dailymotion.com/video/x8i1b2l


 Usar Fu Manchu passou a ser um problema, embora os romances de Rohmer sejam agora de domínio público. Os herdeiros da obra de Rohmer registraram o nome “Fu Manchu”, o que impede de usá-lo em marketing, sem autorização e pagamento dos direitos. 




Christopher Lee como Fu-Manchu, com a viúva de Sax Rohmer - a também escritora Elizabeth Sax Rohmer (1886–1979).


Além disso, o Primeiro Super Vilão da ficção, nunca conseguiu se livrar das acusações de ser um personagem racista. Depois do lançamento de "O Diabólico Dr. Fu Manchu" em 1980, diversas entidades e grupos dos direitos asiáticos realizaram ruidosos protestos em frente aos cinemas que exibiam a comédia...



Caracterizar o Dr Fu Manchu como uma criação abertamente racista foi criticado no livro "Lord of Strange Deaths: The Fiendish World of Sax Rohmer" (2015), de  Phil Baker and Antony Clayton .



Numa resenha do livro no jornal 'The Independent' , o Dr. Fu Manchu é contextualizado: 'Esses livros magnificamente absurdos, brilhando com um exotismo enlouquecido, são realmente muito menos polares, menos preto e branco, menos branco e amarelo, do que inicialmente possa parecer.' 



No filme da Marvel/Disney "Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings" (Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, 2021) de Destin Daniel Cretton...




... Xu Shang-Chi (Simu Liu) enfrenta seu passado, e seu maligno pai Xu Wenwu (Tony Leung)- que á mil anos descobriu os dez anéis místicos que concedem poderes divinos, incluindo a imortalidade , e criou a organização criminosa dos Dez Anéis , conquistando reinos e derrubando governos ao longo da história...ou seja: uma adaptação fundindo os problemáticos personagens de quadrinhos Fu Manchu e O Mandarim (criado de Stan Lee em 1964, e 'inspirado' no gênio criminoso oriental de Sax Rohmer...)...



Hoje em dia, com o patrulhamento Politicamente Correto, e a política de 'Cancelamento' nas redes sociais e mídias, o grande, perigoso e enigmático Gênio do Crime, parece ter sido finalmente vencido...


...ou, ele está apenas descansando e esperando ???














                 FONTES:



- Arquivos do autor

- IMDB

-Wikipédia

-Moria Reviews

- Fu Manchu Complex 

 https://fumanchucomplex.wordpress.com/


- The Movies of Fu-Manchu 

 http://philsp.com/SaxRohmer/movies1.htm


- Cine Outsider- The Fu Manchu Cycle

 http://www.cineoutsider.com/reviews/bluray/f/fu_manchu_cycle_1965-1969_01_br.html


Um comentário:

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